"A Revolta do Vinagre"
Orgulho
em fazer parte deste momento histórico do nosso país, em que a
população, majoritariamente representada pelos jovens – o futuro –
perdeu o medo de sair às ruas na luta por um Brasil melhor.
Quem esteve lá presenciou algo de mágico acontecendo. E quem viu pela TV, também.
O que vimos e ouvimos ontem foi um grito há muito entalado na
garganta, entoado por mais de *240mil pessoas, em 12 capitais nacionais
(segundo a Folha de SP) e ecoado no mundo todo; vimos os olhares
surpresos e confiantes que cada manifestante expressava ao olhar para
trás de si e, principalmente, para FRENTE, e ver a quantidade de pares
seus que ali estavam, acreditando que é possível a mudança, dizendo
“basta” para todo este estado de coisas.
Vimos lençóis brancos nas
janelas dos edifícios; cartazes dizendo “Aqui liberamos o Wi-Fi”, para
que fosse possível a circulação de ideias, notícias e afins; vimos os
trabalhadores parados no trânsito por conta da manifestação
e que, em vez de reclamarem, desaprovando o movimento, diziam “sim” com
a cabeça, enquanto flores eram colocadas no para-brisa de seus
carros; vimos os motociclistas, após um dia todo de trabalho no trânsito
infernal de SP, buzinando em apoio à passeata; os motoristas e
cobradores de ônibus ‘piscando’ a luz do coletivo em aprovação e apoio à
causa; vimos garçons jogando, do alto de uma lanchonete, garrafinhas de
água para o público passante; e vimos, ainda, alguns policiais acenando
positivamente para os grupos de manifestantes.
Mais do que “ver” e
“ouvir” foi “sentir”, pois tudo isso comove, e muito! Foi assim que
tivemos a certeza de que não estávamos sozinhos, de que essa luta
contagiou a sociedade toda, mostrando uma doença da qual sofremos há
pouco mais de 500 anos. Chegou o momento de buscar a cura. Chegou a hora
de dizer chega.
Amanhecemos, cada um de nós – expectador ou participante - com uma esperança a mais.
E todos estão de parabéns.
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