7 de dez. de 2011

Lançamento do livro "Colírio" - em 18/12



Amigos, meu mais recente livro - Colírio - acaba de sair pela Editora Patuá

Alguns poemas e informações podem ser vistos clicando aqui

Aqui, a data do *lançamento para o qual vocês estão mais q convidados - convocados!


Obrigado Editora Patuá - Aline, Eduardo -, e ao Leonardo MAthias pelo lindo trabalho gráfico de sempre!
Valeu!!!!!!!




*Amigos, será dia 18/12, conjunto ao lançamento dos "Pensamentos Crônicos", do escritor Jean Pierre Chauvin, livro q tb recomendo:
 

5 de dez. de 2011

O Resto é Silêncio ( Que Resto?)

Volto, pois, a casa. Mas a casa,
a existência, não são coisas que li?
E o que encontrarei
se não o que deixo: palavras?

Eu, isto é, palavras falando,
e falando me perdendo
entre estando e sendo.
Alguma vez, quando

havia começo
e não inércia,
quando era cedo
e não parecia,

as minhas palavras puderam estar
onde sempre estiveram:
no apavorado lugar
onde sou silêncio.
.
(Manuel António Pina)
.

26 de set. de 2011

Vol.ver



Quando me pego pelas mãos
                                     a sair sem rumo
e a cada passo, passar um futuro,
um volume qualquer me atinge as costas
e abre,
          objetivamente,
                um furo.

Suponho um tiro,
um ataque político
ou uma flecha indígena, ao acaso;

Penso em uma guerrilha urbana,
na violência do amor
ou em qualquer outro objeto pontiagudo.

                         Viro meu olhar,
a procurar a origem do disparo.

Não vejo um inimigo outro:

Desta vez, me deparo
com um exército,
formado
pelas armas
dos meus próprios rastros.

16 de set. de 2011

O Muro



Talvez, vai saber?
Eventualmente, sim.
É possível uma hipótese.
... Pode ser não é?
Ou isso, ou aquilo.
Ou não.
É uma probabilidade.
E se...?
É provável que seja outra coisa.
Tá embaçada. Peraí.
Acho que...
não sei.

Um Homem?

Um cão?

Um rato?



do livro Colírio, a sair.

Poema-crime


Têm sido as respostas.
               Mas,
não havíamos combinado
que apenas as questões
                       teriam como término um ponto de interrogação
                                                        ?

É nesta inversão que,
sem ao menos o porquê,
as provas se evaporam
e precipitam um delito,
                                 líquido
                                          e certo.

É o que se escreve, e não prescreve.

Quantos serão os cúmplices?

Eis a investigação da qual nos supomos isentos
        e
ao mesmo tempo
somos

           testemunhas oculares
           deste poema-crime

: um estranho elemento.


do livro Colírio, a sair em 2011, pela editora Patuá

5 de jul. de 2011

Feliz aniversário-me!


Vinte e Nove
(Renato Russo)
                                                 
Tom: G
Intr.: G Am D Am D
        G                   C
Perdi vinte em vinte nove
              D
        amizades
       G                Am
Por conta de uma pedra em
                    D
        minhas mãos
                G
Me embriaguei morrendo
                         Am
        vinte e nove vezes
                  G            F
Estou aprendendo a viver
                    Em  C
        sem você
              G/B                 Am   D
Já que você não me quer mais
          G
Passei vinte e nove meses
                   D
        num navio
   G                              D
E vinte e nove dias na prisão
                  G/B
E aos vinte e nove,
                                Am
        com retorno de saturno
        G        F          Em
Decidi começar a viver
                 C                         G/B
Quando você deixou de me amar
                     Am
Aprendi a perdoar
D                   G     Intr.
E a pedir perdão
   G
E vinte nove anjos me
             Am
        saudaram
          D
E tive vinte nove amigos
                  C   G
        outra vez

12 de mai. de 2011

Poemas não são para serem publicados

Renata Pallottini
Poemas não são para serem publicados
poemas são Drag Queens
rolando piteiras em puteiros
ou somos nós,
poetas velhos de caras borradas
poetas de cinco centavos

Poemas não são para serem publicados

Poemas são para serem escritos
às vezes rasgados
às vezes guardados
Podem ser confessionais,
imorais de vanguarda
Podem ser apenas
a voz humílima do guarda
Podem ser criança

Mas em Geral
são sem esperança
de serem publicados
Poemas custam caro
e não fazem o mesmo efeito de um choque
não fazem o efeito de um baseado
Poemas não servem para trepar
nem nada

Nem sequer tente publicar seus poemas
faça-os voltar calados às gavetas
Com eles ninguém se meta

Dormirão como dormem os drogados:
tristes, gelados, pesados
mas serão sempre únicos
Sempre ineditamente mediúnicos

Sempre salvos das graças das prebendas
Sempre coisas pudendas (ainda que sujos)

Poemas, sempre úmidos
Noviços, fim de feira
maus de venda e de vida.

Não são nem mesmo um incentivo à leitura,
pois quem vai ler linhas quebradas
oriundas de alma idem?

7 de mar. de 2011

Enquanto a escola desfila



São 05h55 da manhã do dia 07 de Março - em pleno carnaval 2011. Estou no trabalho pensando no q fazer depois, já q lá fora a realidade cedeu espaço para as fantasias - micro fantasias, pra melhor dizer. Talvez me tranque, como de costume, no quarto em meio a 500 livros dos quais li menos q a metade, e me transforme em um personagem qualquer da ficção literária, a fim de viver uma vida outra - e de graça!

Já me disseram uma vez q "arte existe porque a realidade não basta."[1] E é por isso q às vezes me enrolo naquele monte de páginas, fibra de celulose e sangue -, procurando saber em qual delas estará meu papel.
.
.
[1]Ferreira Gullar, Folha de SP, 07/03/2010

10 de jan. de 2011