26 de set. de 2011

Vol.ver



Quando me pego pelas mãos
                                     a sair sem rumo
e a cada passo, passar um futuro,
um volume qualquer me atinge as costas
e abre,
          objetivamente,
                um furo.

Suponho um tiro,
um ataque político
ou uma flecha indígena, ao acaso;

Penso em uma guerrilha urbana,
na violência do amor
ou em qualquer outro objeto pontiagudo.

                         Viro meu olhar,
a procurar a origem do disparo.

Não vejo um inimigo outro:

Desta vez, me deparo
com um exército,
formado
pelas armas
dos meus próprios rastros.

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