A verdade não foi a melhor opção. Estamos acostumados a exaltar a sinceridade, a honestidade como atributos positivos em um Homem íntegro, principalmente quando o assunto tratado não for a gente. Do contrário, meu amigo, a coisa muda: O ego não suporta, a vaidade não aceita, pois é preferível um elogio a uma crítica, um “sim” a um “não” – uma mentira. Até porque, imagino o quanto sofre você que diz “está feio”, quando sua mulher te pergunta sobre o cabelo dela (e q você realmente achou estar feio); ai de você q opina negativamente sobre um vestido dela (brega pra caramba); q não aceita comer todos os bolinhos ruins q sua avó faz e passou a vida toda acreditando q você os adora; q não compartilha, silenciosamente, com sua família, algo em q só você não acredita.
Já sei: vamos trocar o adjetivo honesto por omisso, aí sim ganhar mais respeito, manter algumas amizades e amores, não é não?
Não sei.
Se desde o início fossemos sinceros uns com os outros em nossas relações interpessoais, talvez não seriam necessárias aquelas máscaras cotidianas. Se lá, bem no comecinho, o primeiro mentirosos tivesse pensado bem, antes de cometer seu pecado capital, e seu interlocutor não houvesse se sentido feliz com a burla, fazendo com q esse ato se repetisse como um processo contínuo q acabou formando-se cultura, é possível q não precisássemos mentir, assim como é possível q teríamos aprendido a encarar a opinião alheia como válida, independente de ela exaltar ou depreciar nós mesmos: saberíamos q a mentira é um vicio maléfico.
Mas não.
Em tempos nos quais nosso individualismo impõe uma falsa liberdade de opiniões, em q escutamos o outro (q devido à liberdade pode dizer “quase” tudo que quiser) e dizemos respeitar o posicionamento deste outro, mas no final das contas o q prevalece é nossa própria opinião (afinal, 'eu também sou livre pra pensar o q quiser'), o gosto amargo mora na verdade.
Assim, pra mantermos a inter-relação, é mais fácil corroborar a opinião de outrem sobre si mesmo (quando esse for o assunto) q enfrentá-la: você poupa o outro de (mais) uma discórdia e o faz se sentir aceito. Como há tantas outras forças q nos fazem sentir exclusos, sobretudo as de ordem sócio-econômica, estar pertencente a (e em) quaisquer outras esferas é um alívio. Desse modo, aquilo que seria um discurso hipócrita – dizer uma coisa, pensando outra – perde sua negatividade e passa a funcionar como o catalizador da “boa convivência”, um antídoto contra a exclusa realidade. Se a verdade incomoda, meus caros, a mentira acomoda.
O real não é suficiente, ainda precisamos ser enganados.
E isso é verdade.
Verdade, mentira
ResponderExcluirTudo é relativo.
Nem toda verdade precisa ser dita, principalmente se cruel ou desenecesssária. Algumas o devem, justamente por assim o ser.
A questão é, onde andam seus termômetros, a quem pretende acariciar com a verdade ou ferir com a mentira?
Tudo bem? Gostei do teu espaço de expressão.Quando puder, visite-me também: http://joaoclaudioam.blogspot.com/
ResponderExcluirE a mentira....hummm, bem lá no fundinho...as vezes evita grandes transtornos...Principalmente aquelas que não fazem mal a ninguém, como diz minha mãe em ocasiões estratégicas em que somos salvos por esse artifício...
E, também como já disse´o poeta Mário Quintana: " A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer".
Abraço!