4 de ago. de 2010

poética

 Alguma palavra,
este cavalo que me vestia com um cetro,
algum vômito tardio modela o verso.

Certa forma se conhece nas infinitas,
a fauna guerreira, a lua fria
encrustada na fria atenção.

Onde era nuvem
sabemos a geometria da alma, a vontade
consumida em pó e devaneio.

E recuamos sempre, petrificados,
com a metafísica
nos dentes: o feto
fixado
entre a náusea e o lençol.


Meu poema me contempla horrorizado.



(Cacaso, In “Beijo na Boca”, 2002)

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